Muito prazer. Sou o Jacó e eu deveria dominar o mundo

Olá. Sou o Jacó, bardo, pretenso escritor e jovem com graves problemas financeiros (e mentais). Vou começar a participar com cada vez mais freqüência, então seria bacana que vocês me conhecessem. E acho que a melhor forma de me apresentar é com os parágrafos abaixo.

Eu sempre fui uma criança sonhadora. Cresci, não consegui realizar todos os meus sonhos, mas ainda conservo alguns. Dominar o mundo é um deles.

Muito embora possa parecer que eu vá ocupar esse espaço para despejar sobre vocês palavras de devaneio e humor ácido, agora quero falar sério – por mais absurdo que possa parecer. Sim, é sério. Eu deveria dominar o mundo.

O motivo é muito simples: está tudo uma porcaria. Quando digo isso, não falo movido por uma rebeldia adolescente e panfletária, mas sufocado por um sentimento de descontentamento que encontra respaldo em uma argumentação sólida. Meus amigos costumam dizer: “Jacó, você sempre quer que as coisas sejam jeito que você quer!” E eu respondo: “Se todas as coisas fossem do jeito que EU quero, seria melhor para todo mundo”.

Senão, vejamos: comigo no poder não haveria mais operadoras de telemarketing ligando para sua casa, nenhum membro de sua família reclamaria se você deixasse a porta do banheiro aberta quando você fosse fazer suas necessidades, você seria automaticamente privado do dever de quitar uma conta se houvesse fila no banco quando você fosse pagá-la, etc, etc.

Como vê, eu implantaria melhorias úteis que beneficiariam a vida de todos. Fora isso, eu também trataria de eliminar alguns problemas que afligem nossa sociedade moderna. Vamos a eles:

a)                          Acabaria a desagradável obrigação de trabalhar: o governo daria R$ 5.000,00 por mês a cada pessoa. Se (e somente SE) a pessoa fosse ambiciosa e quisesse mais, aí sim ela trabalharia. Do contrário, não seria preciso.

b)                          Acabariam os problemas conjugais causados pela TPM: quando uma mulher percebesse estar entrando na TPM, ela seria obrigada por lei a se dirigir a uma prisão (ou galpão velho, desses que servem para guardar cereais) e ficar lá até esse período passar.

c)                           Acabariam as brigas entre genros e sogras: empresas fabricantes de casinhas de cachorro desenvolveriam novos modelos, mas destinados a sogras – quando estas resolvessem visitar suas filhas. E, por lei, elas deveriam aceitar com humildade esta condição. Talvez, algum inciso dessa lei também proibisse as sogras de abrirem a boca quando estivessem na casa dos genros.

d)                          Caso você optasse por trabalhar, você seria automaticamente autorizado a faltar o trabalho (sem penalizações) cada vez que o trânsito estivesse caótico. Ou quando o ônibus quebrasse. Ou quando estivesse frio. Ou no dia subseqüente a uma derrota do seu time do coração. Ou quando você estivesse de mal-humor.    

Como vêem, não quero dominar o mundo para alimentar minha vaidade, ou para ter poder, mas para poder corrigir todas as coisas erradas que existem em nosso dia-a-dia.

Pode parecer tolice, mas acho que, em face aos argumentos contundentes que apresentei, vocês me darão razão.

Reflitam...